segunda-feira, abril 30, 2007

Só mais um e vou para casa

Orquídea. Or-quí-de-a. A métrica do teu nome era o ritmo dos meus dias. "Tens nome de flor e és a flor do meu desejo" - pensava. Pensava. Hoje sei que me reduzias às mais idiotas formas de expressão. Porque fui eu hoje lembrar-me de ti? O nosso relacionamento nunca chegou a ser uma relação. Eu partilhei lares com algumas mulheres, sonhei com futuros a dois, vivi quotidianos com outras mas é em ti que penso agora, enquanto bebo este último whisky com que precedo o caminho até casa. Fizeste-me perder a criança que havia em mim e levaste-me a sentir a mais infantil vivência de um dia-a-dia "mal-apaixonado". Só para ti, encenei em boxers, excertos de Shakespeare, em cima de uma cama desfeita. E no fundo a este episódio tudo se resume. E que quem, neste episódio, não consiga ver o amor verdadeiro que se dane. Que morra de caganeira! O amor absoluto, poético e doentio, nunca foi visto, nunca foi vislumbrado - foi sentido. E só agora vejo que já não amo como outrora, embora sorria como outrora.
Como outrora sorri para ti.

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