quinta-feira, maio 26, 2011

murmória

No dia em que o cão não parava de ladrar, ela chorou e eu também.
No dia em que o cão não parava de ladrar, ela disse-me que um poema é mais do que as palavras nele escritas.
No dia em que ela chorou, fotografias mentiam com sorrisos datados e planos apertados por quem já nem lembrava de escutar.
No dia em que a terra parou, ela não foi capaz.

No dia em que a terra parou, o cão não parava de ladrar e eu ouvia-a chorar.
No dia em que o cão chorou, ela não parou e a terra não sabe ladrar.
No dia que eu não gosto de lembrar.

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