sexta-feira, setembro 23, 2011

de mis palabras tristes

nunca quis ser um poeta. 
nem na fase das quadras que é tão comum aos quinze anos. quis ser ficcionista, argumentista mas nunca, e não percebo como, um poeta. 
hoje acho que sou um palavreiro. é como um putanheiro mas não vou às putas, vou às palavras. não é o estilo de vida mas antes o que o sustenta, o abrigo a que se retorna.
fica-se ali à espera daquela vontade de ir às palavras, de as escolher, de fazer de conta que são elas que nos escolhem.
metê-las em linha, trocar-lhes a ordem, trocar-lhes as voltas,
ir para dentro delas,
morrer delas,
morrer nelas.

Sem comentários: