sempre que saio para dar um passeio, mais do que a mim ou ao meu fato novo, saio para passear uma ferida aberta. uma ferida que me torna mais sensível: ao frio, à fome, à culpa e à vergonha. levo a ferida à minha frente anunciando a minha passagem.
podia ficar em casa a curar a ferida, podia cozê-la com fio e fazer-lhe uma renda, deixá-la em repouso, rezar para que feche,
mas essa ferida és tu
e eu saio de casa e levo-a a o mundo, mostro-a em flor e caminho confuso.
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